segunda-feira, abril 18, 2016

life is unfair, kill yourself or get over it

“i, on the other hand, still might not be considered a proper adult. i had been very grown-up in primary school. but as i continued through secondary school, i in fact became less grown-up. and then as the years passed, i turned into quite a childlike person. i suppose i just wasn't able to ally myself with time.”
(hiromi kawakami - the briefcase)

acho a vida adulta uma coisa realmente assustadora. não me adapto. acho que não sei o que estou fazendo a maior parte do tempo e me sinto triste por não me sentir muito "adequada".


mais assustador ainda é descobrir que as outras pessoas estão tão perdidas quanto eu por aí. por que, por mais que suas vidas pareçam aquele comercial de margarina no facebook, quando você chega mais perto e troca dois dedos de prosa, percebe logo que não é bem assim. muita gente decepcionada com as escolhas que fizeram na vida, alguns que têm uma carreira que muitos invejam estão insatisfeitas com seu trabalho, muitos casamentos que pareciam "para sempre", pelo menos para quem está do lado de fora, se acabam (ou se arrastam numa mentira eterna por que um não quer magoar o outro) e outras pessoas passam por perdas terríveis de uma hora pra outra, sem que haja maiores explicações... simplesmente acontece.


eu confesso que fico realmente impressionada quando tenho umas conversas sinceras com algumas pessoas. tenho certeza, inclusive, que se eu tivesse a oportunidade de trocar ideias, assim de peito aberto, com mais gente, sei que iria descobrir que muitos arrastam uma frustração grande com a vida que levam e acham que só seria feliz em outras circunstâncias.


e qual a conclusão bastante óbvia disso tudo? é que o jeito que todos nós encaramos a vida está completamente errado. (pelo menos o meu está e muito). e andamos pelo mundo sozinhos e assustados, sem saber muito bem o que fazer dos nossos dias.


o que é ser adulto? o que é ser "adequado", afinal?


acho que a melhor resposta, até agora, veio das palestras no centro de estudos budistas que tenho frequentado. era algo como liberar aquilo que você pensa que é, para ser o que realmente é (não lembro as palavras exatas). pode parecer uma besteira, mas desde que escutei isso, alguma coisa mudou por aqui. e estou sentindo uma mini revolução ocorrendo dentro de mim.


isso não quer dizer que, num passe de mágica, tudo ficou melhor e eu estou me sentindo ótima no mundo. mas foi um primeiro passo... outro está sendo não esquecer que estamos todos juntos nesse barco furado, tentando ser felizes.

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