quando li o livro de murakami, que tem o mesmo título deste post, senti uma empolgação para começar a correr. se ele, que começou quando tinha mais ou menos a minha mesma idade e ainda estava acima do peso e era fumante, tinha conseguido se tornar um ultamaratonista (leia-se: participou de corridas de 100 km), eu também conseguiria correr pelo menos uns 10 km, né?
não comecei imediatamente após terminar o livro, mas, cerca de um ano depois, quando descobri um aplicativo chamado (vergonha) "corrida pela perda de peso" (ou algo do gênero), foi que o vício começou. quando falo em vício, é por que vicia mesmo, apesar de não ser muito fácil no princípio. até o corpo entrar no ritmo da corrida, parece que você está se impondo um esforço absurdo e, por isso, acho que muita gente não consegue ir em frente com o esporte. além disso, tem as dores, comuns a todos os exercícios físicos, que atrapalham um bocado, mas, usando o equipamento adequado (aka tênis específico para o meu tipo de pisada), as minhas dores no quadril e no joelho diminuíram bastante.
iniciei fazendo uns treinos intervalados na esteira mesmo da academia e, aos poucos, fui me empolgando. com o tempo, vi que já conseguia correr 5 km sem parar e tomei coragem para me inscrever na primeira corrida de rua. aí lá fui eu, num domingo às cinco e meia da manhã, sair de casa para chegar a tempo para a largada que seria às sete. foi muito estranho sair assim tão cedo num domingo, enquanto todos estavam dormindo (ou ainda tomando a milhonésima saideira em algum bar), mas, chegando lá, foi como todo um mundo novo se abrisse para mim. um montão de pessoas diferentes, de idades e tipos físicos mais variados, todos juntos lá para correr. tem música, você encontra amigos, conversa, tira fotos... e o melhor de tudo: você consegue terminar a prova sem morrer no meio. é uma sensação boa demais.
a experiência foi tão divertida, que desde então não parei mais. só não me inscrevo em mais corridas por que é caro, mas a vontade mesmo é participar de todas. hoje em dia, dormir cedo no final de semana para chegar com tranquilidade antes da hora da largada, nem é mais assim tão difícil.
é muito legal ver o quanto a gente melhora a cada corrida. em pouco tempo a gente vai conseguindo ficar cada vez mais rápido e isso só nos empolga para continuar. depois de algumas corridas de 5 km, vi que já estava conseguindo correr 7 km e meus amigos corredores começaram a dizer: "quem corre sete, corre dez". e eu resolvi encarar.
no dia 27 de maio deste ano, corri 10 km oficialmente pela primeira vez na "night run - etapa yellow", aqui em recife. terminei a prova, morrendo, em 01h16min. mas foi uma emoção tão grande terminar, seja lá em que tempo fosse. de lá para cá, participei de outras tantas corridas com a mesma distância e, no último sábado, 04 de novembro, terminei a corrida "eu amo recife - ano V" em 01h01min. em seis meses, mais ou menos, baixei meu tempo em 15 minutos e eu achei isso bem impressionante. mal posso esperar pela próxima corrida oficial para completar os 10 km em menos de uma hora.
eu ando meio monotemática nas redes sociais. basicamente, só posto fotos de corrida, só falo em corrida, mas o que eu posso fazer se é uma das coisas que tem me deixado mais feliz nos últimos tempos? é um vício, como falei antes, mas acredito que é um vício bom. e para piorar (ou melhorar?), cada vez mais conheço mais pessoas que também são loucas por corrida e isso acaba virando um ciclo vicioso. por sinal, recentemente entrei em um grupo de corrida chamado "acorja (associação dos corredores da jaqueira)", do qual eu há algum tempo estava querendo participar e não me atrevia, e estou bem orgulhosa por que tenho conseguido correr pela cidade com eles sem ficar muito para trás. por sinal, é muito melhor correr na rua com a galera do que ficar dando voltas infinitas no parque da jaqueira.
no começo do livro, murakami cita um outro corredor que dizia: "a dor é inevitável. sofrer é opcional". estou falando sobre isso, por que, apesar de toda a minha empolgação nos parágrafos anteriores, acho que preciso alertar que correr causa muitas dores. principalmente quando você não usa os equipamentos adequados. foram várias as corridas que eu terminei com o peito sangrando por que estava usando um top frouxo demais e, até hoje, não consegui resolver o problema do meu joanete que me faz sentir muitas dores no meu pé direito. isso atrapalha bastante, mas eu não pretendo desistir por isso. acho que os benefícios que a corrida me traz são bem maiores do que essas dores. aí eu sempre lembro dessa citação e sigo em frente correndo e procurando alternativas para solucionar esses problemas.
agora, minha meta é correr minha primeira meia maratona e já estou treinando para isso. já estou até sonhando em viajar para outros países para participar de provas de corrida e eu sei que, com paciência e dedicação, eu chego lá.
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