estava escutando a rádio de artistas similares de nick drake no deezer, quando essa música aí em cima começou tocar. o som do violão e os vocais chamaram minha atenção na mesma hora, principalmente o refrão tão doce: “be my rest, be my fantasy”. quando fui olhar de quem era, mal pude acreditar... como assim sufjan stevens?
minha experiência com sufjan envolve um som ultra-orquestrado dos discos “the age of adz” ou “illinois” e ele usando asas no festival primavera sound em barcelona (que, por sinal, foi um dos shows mais concorridos por lá em 2011). sincronizei o “carrie & lowell” logo depois de ter escutado “should have known better” e me apaixonei em três segundos.
fiquei ainda mais impressionada depois de ter pesquisado um pouco e ter descoberto que o disco foi feito em homenagem à mãe do músico, carrie, e ao seu padrasto, lowell. carrie, que era bipolar e sofria de esquizofrenia, morreu em 2012 por causa de um câncer de estômago. o disco todo fala do relacionamento conturbado com sua mãe na infância e como, hoje em dia, ele se arrepende por não ter tentado se reaproximar dela mais cedo. depois de saber dessas coisas, escuto as músicas de uma forma diferente, completamente imersa numa tristeza e uma profunda sensação de incapacidade, principalmente quando ele fala na música aí em cima: “i should have wrote a letter/ explaining what i feel, that empty feeling”. pelo menos sufjan conseguiu transformar essas experiências difíceis em músicas tão bonitas... além dessa do vídeo também não paro de ouvir "death with dignity", "eugene" e "the only thing".
um dos melhores discos de 2015, na minha opinião e, com certeza, o melhor que já ouvi de sufjan stevens.